Esta semana participei de um projeto super interessante. Tanto pelo aspecto artístico – um desafio para mim – quando emocional. Minha amiga Alice me convidou para executar um mural de 3.50×3.50m no Lar Sant’Ana, uma casa para idosos pertencente à Liga das Senhoras Católicas.
O desafio era trabalhar numa linguagem naturalista, que eu não tinha a menor experiência, de forma aquarelada e suave, que eu só havia explorado mais intensamente em papel, para acompanhar o trabalho que já estava sendo feito em outra parede na mesma sala.
A nossa parede em branco e a parede já em andamento da Belinha.
Fiquei lisonjeada pela confiança depositada nas minhas habilidades, especialmente porque era um trabalho que minha parceira também não tinha experiência e acreditou que eu poderia conduzir o nosso barco.
O primeiro passo foi super fácil: transferir o desenho para a parede. Realmente, isso é algo que faço com tranquilidade. Em alguns minutos tínhamos nossa árvore desenhada e a composição básica resolvida. Dimensão para mim nunca foi empecilho, inclusive, trabalhar áreas grandes me traz imensa felicidade!
Desenvolvemos o projeto com a mesma palheta de cores que já estava sendo usada no mural da Bela. Basicamente verdes, marrons e vermelhos não saturados.
O primeiro desafio da Alice foi trabalhar uma bromélia. Fiquei orgulhosa em ver seu desenvolvimento. Sem hesitação, mas com humildade, fez uma primeira versão um tanto dura que acabamos cobrindo para uma segunda tentativa. Essa sim já saiu ótima, dentro da proposta, bem executada.
O meu primeiro desafio foi tropicalizar. Isso mesmo. Conectar com a nossa natureza e trazer para o mural um trabalho com ar brasileiro, naturalista. A bromélia que desenhei, por mais brasileira que fosse, segundo observação da Li, saiu um tanto oriental! HAHA! Acho que o período que passei como residente no templo budista ainda reflete explicitamente no meu trabalho.
No dia seguinte trouxe som e ouvimos MPB para criar uma atmosfera mais adequada. Incluí palmeiras, coqueiros e quantas mais folhas de franjinha pude lembrar. Isso amarrou um pouco mais nossa parede com o trabalho do outro mural. Agora estávamos na direção certa.
Produzimos muito nessa semana, trabalhamos por horas seguidas mas claro, sem perder a alegria. Conviver com a Alice é mágico.. você entra num universo leve, campestre e com direito até a pic-nic.
Detalhamos, detalhamos e detalhamos. Foi difícil assumir que já estava bom o suficiente. Acho que se não tivéssemos determinado um prazo, ficaríamos facilmente trabalhando um mês inteiro nesse mural.
Enfim nos demos por satisfeitas e entregamos a obra. Espero que esse trabalho possa trazer muita felicidade ao grupo de pessoas que convive no Lar Sant’Ana.
Com Amor.
Fer, Alice e a obra.